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O Programa de Engenharia Oceânica (Peno) da Coppe/UFRJ iniciou as comemorações pelos seus 50 anos, dia 26 de maio, com uma homenagem ao professor russo Dmitri Rostovtsev, que a convite do fundador da Coppe, professor Alberto Luiz Coimbra, integrou o corpo docente da Coppe, entre 1969 e 1971, como professor visitante, e ajudou a estruturar o Programa. Na época Dmitri era professor da Universidade de Leningrado, hoje Saint Petersburg State Marine Technical University (SMTU).  A solenidade foi marcada pela assinatura de um memorando de entendimento entre a Coppe e a Universidade Estatal de São Petersburgo, da qual o professor Dmitri, já falecido, chegou a ser diretor.

Por meio de videoconferência, os professores Cláudio Baraúna, do Programa de Engenharia Oceânica, e Kirill Rozhdestvensky, da Saint Petersburg State Marine Technical University (SMTU), apresentaram as respectivas instituições e relembraram a trajetória do professor Dmitri em ambas. Formado pelo Instituto Naval de Leningrado, onde mais tarde ingressou como professor, no Departamento de Construção Naval, Dmitri Rostovtsev  chegou a diretor da Saint Petersburg State Marine Technical University. 

A cerimônia contou com a presença do diretor da Coppe, professor Edson Watanabe; a vice-diretora da Escola Politécnica (Poli/UFRJ), professora Elaine Garrido Vazquez; o coordenador do programa de Engenharia Oceânica da Coppe, professor Antônio Carlos Fernandes; o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Luis de Mattos.

Lembranças compartilhadas

Dmitri deixou boas lembranças entre colegas russos e brasileiros, que durante a cerimônia as compartilharam com o público. Segundo o professor Kirill Rozhdestvensky, o homenageado foi um bom professor e também um bom gestor. Entendeu a importância da cooperação institucional e deixou um grande legado”, afirmou Kirill.

Professor Dmitri (primeiro à direita) em almoço de confraternização da Sobena, em 1970.

Na Coppe, Dmitri participou da banca que avaliou a primeira tese de doutorado defendida na instituição por Alcebíades Vasconcelos Filho, então aluno do Programa de Engenharia Civil, em fevereiro de 1970. No Peno, que na época se chamava Programa de Engenharia Naval e era coordenado pelo professor João Luiz Selasco, Dmitri orientou quatro teses de doutorado, duas delas defendidas por professores que mais tarde passaram a integrar o corpo docente do Programa: Cláudio Baraúna e Sérgio Sphaier.

“Professor Dmitri adaptou-se muito rapidamente ao Brasil, aprendeu a língua, a qual falava muito bem e era amável com os alunos. Ele nos mostrou a importância de compartilhar conhecimento e experiências. Era uma pessoa muito simples e humilde. Quando chegou à Coppe e lhe perguntaram o que precisava, respondeu ‘Tudo que preciso é de mesa, papel, caneta e se possível um pouco de silêncio'”, relembrou Baraúna.

Segundo Baraúna, a contribuição do professor russo ao Programa foi muito importante, sobretudo em duas áreas: Sistemas de Produção Submarina de Óleo e Gás e Estruturas Submarinas e Oceânicas. “Na época, havia pouca literatura especializada no país. Dmitri escreveu a mão quatro livros, com lecture notes. A partir de então, passamos a usar essas lecture notes, que foram muito importantes para as nossas aulas”, reconheceu.

Professor Baraúna exibiu duas placas que selam a homenagem ao professor Dmitri

“Vendo como a Coppe se desenvolveu, sobretudo na Engenharia Oceânica, ficamos muito impressionados com o sucesso do professor Rostovtsev e vimos como foi frutífero o seu período no país”, elogiou o professor Kirill Rozhdestvensky, que qualificou a assinatura do convênio entre as duas instituições como a realização de um sonho do professor Dmitri.

No final da videoconferência, professor Baraúna exibiu duas placas que selam a homenagem ao professor Dmitri. Uma delas será afixada no Programa de Engenharia Oceânica. A outra foi entregue ao cônsul da Rússia, no Rio de Janeiro, Mikhail Gruzdev, e será enviada ao SMTU.