Capaz de reproduzir as principais características do meio ambiente marinho e simular fenômenos que ocorrem em lâminas d`água superiores a 2 mil metros de profundidade, o LabOceano representa um suporte tecnológico estratégico para o Brasil, que possui mais de 90% de suas reservas de petróleo concentradas no mar, e para as indústrias do setor petrolífero e naval.

O tanque oceânico comporta 23 milhões de litros de água e sua altura corresponde a um prédio de oito andares. Hoje, só existem no mundo duas instalações com características similares às do tanque projetado pelos pesquisadores da COPPE, que tem 15 metros de profundidade e mais 10 metros adicionais em seu poço central: o Marintek, na Noruega, com 10 metros, e o Marin, na Holanda, com 10, 5 metros.

Tecnologia Estratégica

A inauguração do LabOceano, realizada no dia 30 de abril pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, consolida a posição de vanguarda da COPPE, instituição que em 2003 comemora 40 anos de existência e cujo trabalho de seus pesquisadores contribuiu para que o Brasil se tornasse um dos líderes mundiais na exploração de petróleo no mar.

Para viabilizar a construção deste laboratório foram investidos R$ 16,1 milhões: R$ 15 milhões provenientes dos royalties do petróleo, repassados pela FINEP através do fundo setorial CT-Petro, do Ministério de Ciência & Tecnologia, e 1 milhão concedido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

O LabOceano da COPPE vai garantir maior segurança e confiabilidade aos projetos de estruturas flutuantes e às operações no mar, assegurando a preservação do meio ambiente e das estruturas e equipamentos que, em geral, exigem elevado aporte de capital. O laboratório possibilitará ainda vantagens técnicas e econômicas para as empresas sediadas no País e na América do Sul. Para se ter uma idéia, os custos diários para a realização de ensaios nos tanques europeus oscilam entre US$ 15 mil a US$ 20 mil dólares. Tais custos associados a necessidade de agendamento prévio dos testes e de deslocamento de equipes das empresas restringem o número de ensaios e, consequentemente, os benefícios que estes proporcionam.

Parque Tecnológico : ciência, inovação e empregos no campus da UFRJ

A inauguração do Laboratório de Tecnologia Oceânica – LabOceano da COPPE marca o início das atividades do Parque Tecnológico do Rio de Janeiro. Além do Tanque, o Parque vai abrigar mais de 200 empresas e laboratórios de base tecnológica que deverão gerar mais de 4 mil empregos na cidade.

Serão mais de 120 mil m² de área construída (nos 350 mil m² de área total), até 2017. A estimativa é de que mais de quatro mil pessoas trabalhem em cerca de 220 empresas sediadas no local, sendo a maioria de pequeno e médio porte. O número de empresas abrigadas na Incubadora da COPPE/UFRJ – hoje um total de 14 – também deverá ser ampliado, chegando a cinqüenta.