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O desenvolvimento de tecnologias para reduzir custos será fundamental para o Brasil ampliar a produção de petróleo em águas profundas e na camada do Pré-sal. Essa foi uma das questões discutidas no primeiro dia do Fórum China – Brasil de Tecnologia Submarina, que acontece de 16 a 18 de maio de 2016, no auditório da Coppe/UFRJ, no Centro de Tecnologia 2 (CT 2), na Cidade Universitária.

Cerca de 200 pessoas participaram da abertura do Fórum, que reúne pesquisadores brasileiros e chineses e representantes de companhias de petróleo e de empresas fornecedoras de equipamentos para o setor. Na sessão de abertura foi anunciada a criação do Instituto China–Brasil de Tecnologia Submarina (JIDST), sigla em inglês de Joint Institute for Deep Sea Technology. O instituto, erguido em um prédio anexo ao Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe, foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 16 de maio.

Organizada pela Coppe, esta é a primeira edição do evento promovido pela SUT (Society for Underwater Technology), em parceria com a China University of Petroleum (CUP), de Beijing, com apoio da Unidade Embrapii-Coppe de Engenharia Submarina.

Pesquisas dedicadas à redução dos custos

A produção submarina de baixo custo, que ganha força por conta do baixo preço do barril de petróleo no mercado internacional, foi um dos temas abordados com destaque no primeiro dia do Fórum.  Segundo o coordenador do Fórum, o professor da Coppe Segen Estefen, o Brasil precisa investir e avançar no desenvolvimento de tecnologias para produção em águas profundas. “O pré-sal é uma oportunidade formidável, mas é preciso aplicar os recursos destinados à pesquisa e desenvolvimento em projetos para reduzir os custos de produção. Uma redução de 20% a 30% nos custos de produção daria um importante impulso ao pré-sal. O vetor de desenvolvimento hoje é a tecnologia”, afirmou Segen Estefen, coordenador do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe, durante a abertura do evento.

Participaram da sessão inaugural o diretor da Coppe/UFRJ, professor Edson Watanabe; o diretor de Relações Institucionais, Luiz Pinguelli Rosa; o reitor da China University of Petroleum (CUP), Jiang Qingzhe; o diretor de Relações Internacionais da universidade, Sun Xudong; o professor da CUP, Menglan Duan; o coordenador do Instituto China–Brasil de Tecnologia Submarina, Carlos Antônio Levi da Conceição; a coordenadora da Unidade Embrapii-Coppe de Engenharia Submarina, Angela Uller; e o gerente-executivo do Cenpes, centro de pesquisas da Petrobras, Joper Andrade.

Outro tema discutido por pesquisadores e representantes da indústria do petróleo foi a produção autônoma submarina. Um conjunto de ações que visam a levar para o fundo do mar, nos próximos anos, uma série de atividades que atualmente são feitas em superfície, como a separação de óleo, gás e água, a injeção de água e gás nos poços e o bombeamento do óleo para terra ou unidades flutuantes.

“Acreditamos que em até cinco anos todas essas tecnologias deverão estar disponíveis como alternativas dos projetos de produção”, afirmou o professor Segen Estefen.

Representantes da indústria do petróleo participam de debate

O primeiro dia do Fórum contou com palestras especiais do gerente geral do Campo de Libra da Petrobras, Orlando Moreira, e do diretor do China Ship Scientific Research Center (CSSRC), Xiaoming Cheng.

Na sequência foi realizado painel sobre as perspectivas para sistemas de produção submarina com a presença de representantes das companhias de petróleo. Participaram da sessão Alex Dal Pont, gerente de Tecnologia de Equipamentos Submarinos do Cenpes/Petrobras; Andre Maerli, pesquisador líder de Engenharia Submarina da Statoil; João Mariano, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Shell; Xu Yang, engenheiro de perfuração da Sinopec; e Mario Luis Ribeiro, chefe de Projeto da Petrogal.

Os cuidados necessários com os poços desativados para redução de impactos ambientais e a padronização de equipamentos submarinos foram outras questões debatidas ao longo do primeiro dia do encontro.