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O maior tanque oceânico do mundo acaba de completar 18 anos. Em meio à turbulência causada pela pandemia, pelos altos e baixos do setor de petróleo e pelo corte de verba das universidades federais, o LabOceano, da Coppe/UFRJ, surfa em novas tecnologias para superar as crises e começa a se preparar para a comemoração das duas décadas de existência desse patrimônio da ciência nacional.

— O negócio do petróleo tem muitas ondas — afirma o coordenador executivo do LabOceano, Paulo de Tarso Themistocles Esperança. — Mas aqui o negócio mesmo são as ondas.

Brincadeiras à parte, o petróleo ainda é o carro-chefe do LabOceano, que tem como principal equipamento o tanque oceânico. Trata-se de uma estrutura de altura de 15 metros, equivalente a um prédio de oito andares, que comporta 23 milhões de litros de água e pode reproduzir as principais características do meio ambiente marinho ou simular fenômenos que ocorrem em lâminas d’água superiores a dois mil metros de profundidade.

O contrato principal do LabOceano vence em agosto, mas a expectativa é de que será renovado. O projeto, inaugurado em 30 de abril de 2013, teve um investimento de R$ 16,1 milhões: R$ 15 milhões provenientes dos royalties do petróleo, repassados pela FINEP através do fundo setorial CT-Petro, do Ministério de Ciência & Tecnologia, e R$ 1 milhão do governo estadual, por intermédio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

De lá para cá, o LabOceano desempenhou papel fundamental no desenvolvimento das mais importantes tecnologias utilizadas pela Petrobras e por outras empresas. No tanque, por exemplo, foi testada a técnica de lançamento de estacas torpedo, de manifolds e da primeira plataforma tension-leg, instalada no campo de Papa-Terra. A estrutura também serviu para os testes de um manifold com braço robótico da TechinpFMC, entre outros equipamentos.

— Todo tipo de estrutura que vai para o fundo do mar, precisa ser testada antes que se gastem bilhões. Por isso, o LabOceano foi imprescindível na evolução da tecnologia Offshore no Brasil — diz Esperança.

Em outra frente — e mirando no futuro — o LabOceano também vem trabalhando com projetos de energia sustentável, como a Usina de Ondas do Porto do Pecém (CE). O coordenador da instituição lembra que, embora esteja fisicamente na UFRJ, o equipamento é de dimensão e alcance nacionais.

— O potencial está aí. Temos mão-de-obra capacitada e estrutura. A pandemia nos obrigou a uma reformulação e à adoção de protocolos sanitários, mas, mesmo assim, não interrompemos o serviço. Estamos sobrevivendo aos tsunamis das crises — observa.

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